Enchentes

Na segunda semana de outubro, saí para fotografar os impactos das chuvas e as preocupações que elas trouxeram (e ainda estão trazendo) para o estado. Não consegui explorar todos os caminhos que havia planejado, mas fui profundamente afetado pelo que testemunhei.

Enfrentei estradas com inúmeros pontos perigosos e finalmente cheguei à Barragem Norte em José Boiteux, uma área pertencente ao povo indígena Laklãnõ Xokleng. Fiquei impressionado por estar diante de uma barragem de perto pela primeira vez e me vi cercado por uma população que a observava com atenção e preocupação, questionando o que poderia ou ainda pode acontecer, mas sem receber respostas claras.

Nesse ambiente de incerteza, algumas pessoas até se aproximaram de mim por ser "a pessoa com a câmera" em busca de previsões sobre o futuro. No entanto, como todos, só pude responder da mesma forma: "não sei".

Enquanto seguia em direção a Rio do Sul, onde o centro da cidade havia se transformado surpreendentemente em uma ilha submersa, o GPS me orientou a mudar o trajeto e passar por Lontras. Supus que fosse por conta de algum problema na estrada e segui as instruções, o que me levou a mais uma experiência impactante. Lá, conversei com proprietários de pequenos negócios que estavam visivelmente tristes e desamparados. Mesmo depois de uma breve pausa na chuva na terça-feira, eles haviam se esforçado muito para limpar tudo, com a esperança de poderem retomar suas atividades, mas tudo foi em vão, pois na sexta-feira, tudo estava novamente submerso em água.